uma rota fascinante que combina história antiga, praias paradisíacas e desafios náuticos: uma viagem em barco à vela de Zante (Zakynthos) até Citera (Kythira), passando pela costa oeste do Peloponeso. Inspirado em uma narrativa clássica de exploração marítima, enriqueço esta aventura com fatos adicionais sobre conservação ambiental, batalhas históricas e dicas práticas para velejadores, baseados em fontes confiáveis como o Parque Marinho Nacional de Zakynthos e relatos históricos da Batalha de Navarino. Preparem-se para águas cristalinas, castelos venezianos e um toque de mistério!
Os Pontos Principais da Rota
Esta viagem cobre cerca de 100 milhas náuticas, ideal para uma semana de navegação moderada. Partimos da Baía de Laganas, em Zante, e seguimos rumo sul, explorando ilhas isoladas, golfos históricos e penínsulas rochosas, até chegarmos a Citera, berço mitológico de Afrodite. As condições meteorológicas variam: o Meltemi (vento norte) pode ser forte no verão, então verifique previsões via apps como Windy ou sites como o Hellenic National Meteorological Service. Recomendo barcos com quilhas retráteis para ancoragens rasas e equipamentos de snorkel para explorar naufrágios.
O Santuário das Tartarugas em Zante
Nossa partida é da Baía de Laganas, em Zante, ilha natal do poeta Ugo Foscolo e a mais ao sul das Jônicas. Esta baía é famosa por sua praia de areia dourada e, principalmente, como um dos principais sítios de nidificação das tartarugas marinhas Caretta-caretta no Mediterrâneo. De acordo com o ARCHELON (Sociedade de Proteção das Tartarugas Marinhas da Grécia), mais de 1.200 ninhos são registrados anualmente aqui, tornando-a parte do Parque Marinho Nacional de Zakynthos, estabelecido em 1999 para proteger essa espécie ameaçada. Durante o verão, as tartarugas depositam ovos em áreas protegidas, como a Ilha de Marathonisi (apelidada de “Ilha das Tartarugas”), onde é comum avistá-las nadando.
Dicas para velejadores: Evite ancorar perto das praias de nidificação entre maio e outubro para não perturbar os ovos. Em vez disso, opte por passeios ecológicos de observação – barcos com fundo de vidro são ideais, como recomendado pelo WWF, para uma experiência imersiva sem impacto ambiental. A vida noturna vibrante da baía, com bares e discotecas, pode ser barulhenta, mas o ancoradouro oferece bom abrigo de ventos do norte.
Eneas e a Ilha das Harpias: As Ilhas Strofades
A primeira parada, a cerca de 30 milhas, são as ilhas Strofades, conhecidas na Eneida de Virgílio como lar das Harpias que expulsaram Eneas. A baía sudeste de Arpia, a mais ao norte, é pouco frequentada, mas requer atenção às condições meteorológicas – fortes correntes podem transformar o local em uma “máquina de lavar”, como alertam portolanos modernos. As ilhas são um parque natural, lar de mais de 1.000 espécies de aves migratórias, incluindo shearwaters de Cory e pombas-tartarugas, conforme o BirdLife International as classifica como Área Importante para Aves (IBA).
Não perca o mosteiro fortificado de Stamfani, construído no século XIII como defesa contra piratas “mouros”. Outrora habitado por mais de 100 monges, hoje é um monumento histórico abandonado após terremotos, como o de 1997 que danificou suas estruturas. À noite, ouça o “canto das harpias” – na verdade, o som de pássaros migratórios. Para velejadores, é um bom refúgio do Maestrale, mas evite mau tempo.
O Golfo de Navarino: História e Belezas Naturais
Continuando 30 milhas ao sul, passamos pela ilhota de Proti, perfeita para um banho em Panagoula, e chegamos ao Golfo de Navarino. Este local foi uma base estratégica veneziana para o comércio, mas é mais famoso por duas batalhas: a de Pilo (425 a.C., entre Atenas e Esparta) e a de Navarino (1827), que selou a independência grega. Na última, forças aliadas (britânicas, francesas e russas) destruíram a frota otomano-egípcia, perdendo apenas 177 homens contra mais de 6.000 inimigos, conforme relatos da Britannica. Hoje, o golfo abriga naufrágios submersos, ideais para mergulho (com licença do Parque Marinho).
Ancore em Pylos, um portinho charmoso, ou em enseadas isoladas. A área combina história com natureza: explore relíquios e desfrute de águas calmas para vela.
A Península Fortificada: Methoni e Koroni
Seis milhas ao sul, Methoni surge como uma península fortificada, um dos “olhos da Sereníssima” veneziana (1206-1500 e 1686-1715). Seu castelo, com muralhas cobertas de capim-limão e o Bourtzi (influência moura), é imperdível – visite o interior para vistas panorâmicas, como sugerido pelo Visit Greece. A sul, a Ilha de Sapientza é uma reserva de muflões (avistáveis do barco, pois o desembarque é proibido).
Dobrando o Cabo Gallo, chegamos a Koroni, o outro “olho” veneziano. Seu castelo oferece vistas deslumbrantes e abriga um convento ativo de freiras. Ambos os castelos foram cruciais para o comércio veneziano, segundo o Europe Up Close.
Um Ponto Estratégico: Kalamata e a Península do Mani
Atravessando o Golfo de Messiniakos, Kalamata serve como base para reparos ou trocas de tripulação – seu porto é útil para velejadores. Seguindo para Kardamyli, entramos na Península do Mani, o “dedo central” do Peloponeso, conhecida por suas torres de pedra e vilas isoladas como Trachila, Limeni e Gerolimenas.
Porto Kayo, após visitar enseadas como Asomaton e Vathy, oferece águas calmas. Para trilheiros, suba a Achilleio para ruínas e vistas. Lembre-se da Batalha de Matapan (1941), onde mais de 2.300 marinheiros italianos morreram – a Marinha Real Britânica usou radar superior, conforme o Warfare History Network. Dicas de navegação: O Mani é rochoso; use guias como o Greek Waters Pilot para evitar perigos.
Praias Magníficas e Paisagens de Tirar o Fôlego
Subindo para Gythion, visite o naufrágio Dimitrios na Praia de Valtaki (arenado em 1981). Em Elafonisos, praias como Sarakiniko e Fragos são magníficas – areia branca e águas turquesas, perfeitas para snorkel, como destacado no Visit Greece. O portinho nordeste tem polvos secando ao sol e trattorias autênticas.
Chegada a Citera: A Ilha de Vênus
De Elafonisos, rumamos à Citera, ilha de Afrodite. Visite as cachoeiras geladas de Neraida, vilarejos pitorescos e o minúsculo porto de Avlemonas. Imperdível: o naufrágio Nordland em Diakofti (afundado em 2000, com proa emergente e popa a 30m de profundidade), ótimo para mergulho avançado, segundo o Dive Site. Em Kapsali, suba à “Chora” para vistas sobre Anticitera, berço da deusa do amor.
Citera merece uma narrativa própria, com suas maravilhas naturais e relíquios submersos – águas cristalinas oferecem visibilidade de dezenas de metros.
Conclusão: Uma Viagem Inesquecível
Esta rota de Zante a Citera não é só vela; é uma imersão em mitos, história e natureza. Com tartarugas protegidas, castelos venezianos e praias exóticas, é perfeita para aventureiros. Planeje com sustentabilidade: respeite zonas protegidas e apoie iniciativas como o ARCHELON. Se você já velejou por aqui, compartilhe nos comentários!
| Ponto | Local | Latitude | Longitude | Descrição |
|---|---|---|---|---|
| 1 | Baía de Laganas, Zante | 37.722° N | 20.867° E | Ponto de partida, santuário das tartarugas. |
| 2 | Ilhas Strofades | 36.883° N | 21.000° E | Ilhas isoladas com mosteiro histórico. |
| 3 | Ilhota de Proti | 36.750° N | 21.550° E | Parada para banho em águas calmas. |
| 4 | Golfo de Navarino / Pylos | 36.913° N | 21.696° E | Golfo histórico com batalhas antigas. |
| 5 | Methoni | 36.817° N | 21.705° E | Península fortificada com castelo veneziano. |
| 6 | Koroni | 36.795° N | 21.959° E | Outro “olho” veneziano com vistas incríveis. |
| 7 | Kalamata | 37.039° N | 22.113° E | Ponto estratégico para reparos ou trocas. |
| 8 | Kardamyli | 36.888° N | 22.232° E | Entrada na Península do Mani, com vilas rochosas. |
| 9 | Gerolimenas | 36.481° N | 22.398° E | Vilarejo característico antes do Cabo Tainaro. |
| 10 | Porto Kayo | 36.428° N | 22.486° E | Águas calmas e trilhas para trekking. |
| 11 | Gythio | 36.755° N | 22.564° E | Porto útil, perto do naufrágio Dimitrios. |
| 12 | Elafonisos | 36.508° N | 22.963° E | Praias magníficas como Sarakiniko. |
| 13 | Kapsali, Citera | 36.144° N | 22.957° E | Ponto de chegada, com vistas para Chora e Anticitera. |
