Um veleiro monocasco ou catamarã: o que é melhor? Todas as diferenças em termos de espaço, navegação, segurança e custos.
É uma questão bem polêmica que tem prós e contras dos dois lados. O veleiro monocasco é o barco da maioria, porém o veleiro catamarã é bem apreciado no mundo da vela.
Qual é a vantagem do veleiro catamarã?
Primeiro o espaço. É a grande diferença, sendo o catamarã bem mais largo que um veleiro monocasco.
Por exemplo, um veleiro catamarã da faixa dos 40 pés consegue acomodar até quatro suítes, enquanto um monocasco do mesmo tamanho comporta no máximo 3 camarotes e 2 banheiros. Então se ganha uma suíte a mais no catamarã.
A grande vantagem está também no espaço entre os cascos, onde se pode montar um grande salão junto com a cozinha, com uma visão panorâmica tanto à proa quanto à popa. Além disso, o convés é muito grande, assim como o cockpit é amplo, oferecendo mais conforto a bordo, especialmente para tripulações numerosas ou famílias com crianças. Também é possível colocar um bote maior, o que é uma grande vantagem em termos de espaço para transferências para terra.
E a navegação com catamarã?
Com um catamarã você não sente a adernada típica do monocasco. Ele é mais estável e não proporciona as mesmas sensações para quem prefere um pouco mais de adrenalina.
Em relação à vela, o catamarã não consegue orçar como o monocasco, que aproveita melhor o vento.
Quanto à velocidade, o catamarã é mais rápido que o monocasco em certas condições de vento como través ou alheta. Porém, no vento de proa, o monocasco leva vantagem.
E a segurança?
Diz-se que o monocasco é “auto adriçante”, ou seja, em caso de capotagem, ele volta à posição original pelo peso da quilha. Já se viram barcos abandonados pela tripulação que continuaram navegando sozinhos.
O catamarã não pode adernar e voltar: em caso de capotagem ele não se endireita. Isso é raro, especialmente em catamarãs de grandes dimensões, mas ainda assim é um risco em certas condições extremas de navegação.
Em catamarãs menores, às vezes se instala um balão no topo do mastro para evitar a capotagem completa, mantendo os cascos a 90 graus em relação à superfície da água.
Catamarãs de produção industrial e em grande volume geralmente não apresentam falhas estruturais. Diferente é o caso de construções artesanais ou estaleiros de baixa escala. Nestes casos, há mais riscos estruturais, especialmente na junção entre os cascos, em condições adversas com impacto violento das ondas.
Facilidade de utilização
Falando de embarcações de cruzeiro, o catamarã é bem mais fácil de conduzir em todas as situações. Apesar do volume maior, ele perdoa mais erros.
Os tempos de reação são maiores, permitindo mais margem de segurança. Manobras em porto são muito mais fáceis graças aos dois motores, um em cada casco. As hélices distantes permitem até fazer o barco girar em seu próprio eixo. Um acostamento no atracadouro é bem mais fácil do que com um monocasco, mesmo se este tiver hélice de proa.
O calado favorece claramente o catamarã. Por isso ele é preferido em áreas onde é necessário navegar perto de corais ou águas rasas.
No Caribe, há grande presença desse tipo de embarcação. Com calado de cerca de 50 centímetros, permite navegar com mais segurança ou até encostar bem próximo à areia.
E a questão do preço?
O veleiro catamarã é bem mais caro que o monocasco. Por exemplo, um Lagoon 39 custa o dobro de um Beneteau Oceanis 38.
Com o mesmo comprimento, o volume do catamarã é bem maior e, consequentemente, também o preço.
Custos
Na marina, o catamarã paga mais, muitas vezes o dobro, por causa da largura.
Quanto à manutenção, não chega ao dobro do valor, pois há apenas um mastro e diversos equipamentos não são duplicados. Porém, há dois motores, dois cascos, e equipamentos maiores, resultando em custo anual mais alto.
Resumo
Não existe escolha perfeita. Tudo depende das preferências pessoais, da área de navegação e do uso que se pretende fazer do barco.
Um comentário
Muito util